Domingo.
Domingo à tarde é, quase sempre, um momento que me deixa
abatido, melancólico e até frágil. É, e sempre foi para mim, tempo de regressar às
lides quotidianas. É também o momento em que bate mais fundo a saudade e mil
recordações saltam do baú da memória
Ah se eu pudesse viajar no tempo!...
Se pudesse viajar no tempo, revisitar o passado e mexer no
mecanismo que regula a minha vida, sei muito bem qual o ponto onde queria parar
e o que queira alterar.
Em cada Domingo, quando entardece, há uma penumbra cinzenta
que pincela toda a minha alma, espreme o peito, macera o coração e ocupa todos
os sentidos. Sinto-me anoitecer.
Talvez por isso eu procure uma réstia de luz, como se fosse a
lua oculta por um manto de nuvens e dela quisesse um ténue e quimérico sorvo de
luar. É como se, por entre o diáfano da roupagem de nuvens, do céu viesse uma
ofuscada claridade que, no negrume invencível da noite, parece um salvífico
farol ou uma radiante fonte de coragem, alento, esperança e vida.
Mantive, estes dias, uma prosa interessante com uma sublime
internauta sobre “nuvens”. A visão poética com que ela pinta as nuvens é, infelizmente,
muito diversa da minha. No mundo há pessoas incríveis, com uma capacidade quase
sobre-humana de ver o lado belo e aprazível das coisas. Eu, porém, que mais não
ouso ser do que uma amontoado de sucata humana, tenho uma percepção mais
sensorial das coisas. Para mim, sentir é quase sinónimo de sofrer. Sei que ela
não me entendeu… mas, nem eu me entendo!
Antes de garatujar este mal debitado desfio de palavras (que
só com muita bondade pode ser apelidado de “texto”), estava a vaguear entre imagens
de uma pessoa que nem sequer imagina que eu existo. Ninguém consegue imaginar a "energia" que uma foto dessa "divinal musa" consegue descarregar sobre mim. É
difícil acreditar, tanto mais na circunstância de nada nos unir de
forma objectiva, ela nem me conhecer, eu não a ver há mais de 30 anos e cada um
de nós ter a sua vida organizada… bom, eu serei, no dizer de muitos, um caso
patológico!
Patológico ou não, sou inofensivo e carrego comigo coisas que não consigo ultrapassar, nem sequer esquecer.
Patológico ou não, sou inofensivo e carrego comigo coisas que não consigo ultrapassar, nem sequer esquecer.
Fui visitar um lugar da
Suíça, uma pequena localidade chamada Alvaneu (Alvaneu–Dorf), onde ela viveu,
mas já não vive. Meine Gott… conheço tão bem aquela aldeia, sem nunca ter
visitado a Suíça e, curiosamente, também não conheço mais ninguém na Suíça e muito
menos que tenho vivido ali. Porém,
aquele recôndito, pequeno e distante lugar fascina-me.
Fico por aqui, antes de começar a dizer asneiras…
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