Meu caro blog:
Como sabes, sou “pirado da mona”.
Hoje estou num daqueles dias em que a alma não acompanha o
corpo. Não sei se a alma não cabe no corpo ou se é difícil conciliar estas duas
essências.
Um corpo sem alma é um cadáver.
Eu não sei o que sou… se sou o corpo ou se sou a alma!
Estava cansado. Deitei-me no sofá e fechei os olhos.
Senti-me, literalmente, entrar num mundo paralelo, numa
outra dimensão, numa existência totalmente diferente onde o presente é montado
como se fosse um cenário do passado.
É aí, nesse mundo, onde faço longas jornadas. Contudo,
também é ai onde me judicio, onde me acuso de tudo o que sou e condeno por tudo
o que não fui e podia ter sido. Aí chamo à colação as faltas graves, os erros,
as decisões funestas, todas as imbecilidades que cometi contra mim próprio,
acusando-me de um crime de lesa-sentimento.
Quantas vezes daí sai um despacho de pronúncia em que sou
sentenciado a cumprir este degredo que me deperde a existência e desgasta o
espírito: carregar o fantasma daquilo que poderia ter sido, mas desperdicei.
Creio que a meu favor tenho apenas uma testemunha fiel: a
minha incomensurável timidez.
As pessoas que comigo convivem, que me vêem discursar em
público, em locais de grande responsabilidade e repletos de pessoas eloquentes,
na minha profissão (em que, obrigatoriamente, falo para uma plateia), ou no
palco (que é um dos meus hobbies), ou defender as minhas convicções em público…
ninguém imagina a timidez que me devora e o sentimento de inferioridade que me
domina.
Muito menos passará pela cabeça de alguém que eu vivo cheio
de fantasmas e com um amor incondicional que derrota toda a estratégia para o
ultrapassar ou esquecer.
Quis Deus que eu tivesse um talento natural para “fazer de
conta”, para fingir. Felizmente sou bom actor.
Se isso ajuda a minha socialização, integração, convivência e
até a vida familiar, não alivia nada a carga que pende sobre o peito e o suplício
que devasta a mente.
Olha, meu caro blog: saído da tu presença não passo sem visitar
a minha “divinal musa”. Não posso entrar no seu facebook (porque não tenho um
perfil)… mas, mesmo ficando à porta, sinto-me nas nuvens, roçando o céu!...
Olá!
ResponderEliminarLi alguns textos do seu blogue e fiquei "vidrada" (sou mulher, sim) nas suas palavras. Que admiração senti por si, pelos seus sentimentos e pelas experiências passadas.
O mundo mudou, meu querido amigo, e nós temos de nos esforçar, de nos revelar um pouco (neste nós, estou eu incluída). Já não tem 20 anos, por isso viva o que lhe for possível viver. Eu também não tenho Facebook pelos mesmos motivos, ou seja, ou dou a cara ou não invento. Profissionalmente, o meu nome, penso, é bastante conhecido, e tenho tido receio de arriscar. Estou eu aqui a encorajá-lo para mudar, e eu com "nabos na púcara"!
Se, como diz Paulo de Carvalho, 10 anos é muito tempo, 40 é uma eternidade.
O que interessa ser um cavalheiro casado, bom chefe de família, excelente pai, etc. etc. A vida não muda sozinha. Teremos que ser nós a mudá-la, a alterá-la. Eu espero uma oportunidade, embora já não seja uma jovem e nem tenha tido nenhuma "paixão de caixão à cova".
E por que não pensar no divórcio? Ficaria perdido e a sua consorte nem iria perceber, porque, aparentemente, tudo corre sobre rodas. A solidão é tramada e quando precisamos de alguém estão sempre ocupados, eu sei. Tanta gente já se divorciou, já pensou?
É um bom ator, afirma. Então, já somos dois. Gosto muito de teatro, mas nunca fiz teatro na realidade, em palco, quero dizer.
O episódio da Elisabete está de gritos, e naquele tempo!!!!!
Não é louco, coisa nenhuma. É um homem cultíssimo, cheio de coração e recordações.
O comentário vai sair como anónimo. Cá está! Tenho um blogue muito frequentado, mas, imaginam-me outra pessoa com outras características.
Um beijo para si e outro para a sua diva.
r: gostos são gostos, felizmente não somos todas iguais! ;)
ResponderEliminarhttps://blogda-joana.blogspot.com/
Fantasmas toda a gente tem e quanto a julgamentos só quem não tem consciência não se condena. Não se martirize demais, pois o ser humano erra .
ResponderEliminarQuanto a amores impossíveis, só lhe posso oferecer a minha solidariedade.
Bom resto de domingo.