Parece absurdo, mas é verdade: hoje estou com tanta saudade
daquilo que nunca tive!...
Vivi sempre de improviso. Nunca delineei, verdadeiramente,
um projecto de vida. Nunca fiz grandes planos. Para mim, a vida é uma sucessão
de acasos, ou, quiçá, o transcurso natural do
destino que temos traçado, em cujo trajecto somos mais actores do que
guionistas.
Correm os dias, somam-se os anos e a vida flui oscilando.
Oscilar é próprio de toda a natureza.
A luz, a energia, toda a natureza, do infinito Cosmos até ao
nosso coração… tudo oscila, tudo pulsa, tudo vibra. Tudo tem altos e baixos, cavas e cristas,
depressões e picos.
Além de ser um simples animal, com prazo de validade curto e
com um ciclo de existência irredimível e linearmente irreversível, o que me distancia
da normalidade é o facto da minha vida ser feita de trambolhões e não de
oscilações. As oscilações têm um ritmo, os trambolhões são acidentes, logo são atípicos,
incontrolados, irregulares depreciativos e funestos. Os trambolhões magoam e arruínam.
Tornam-nos débeis e, mais tarde ou mais cedo, incapacitam-nos.
Todo este arrazoado porque estou “caído” - visitei um lugar
na Internet onde mora alguém que…
Fico hoje por aqui. Amanhã ou depois, mais calmo e
recomposto, falarei.