domingo, 17 de maio de 2020

Domingo - o meu costumado devaneio ao entardecer...

Domingo.
Domingo à tarde é, quase sempre, um momento que me deixa abatido, melancólico e até frágil. É, e sempre foi para mim, tempo de regressar às lides quotidianas. É também o momento em que bate mais fundo a saudade e mil recordações saltam do baú da memória  

Ah se eu pudesse viajar no tempo!...

Se pudesse viajar no tempo, revisitar o passado e mexer no mecanismo que regula a minha vida, sei muito bem qual o ponto onde queria parar e o que queira alterar.

Em cada Domingo, quando entardece, há uma penumbra cinzenta que pincela toda a minha alma, espreme o peito, macera o coração e ocupa todos os sentidos. Sinto-me anoitecer.

Talvez por isso eu procure uma réstia de luz, como se fosse a lua oculta por um manto de nuvens e dela quisesse um ténue e quimérico sorvo de luar. É como se, por entre o diáfano da roupagem de nuvens, do céu viesse uma ofuscada claridade que, no negrume invencível da noite, parece um salvífico farol ou uma radiante fonte de coragem, alento, esperança e vida.  
   
Mantive, estes dias, uma prosa interessante com uma sublime internauta sobre “nuvens”. A visão poética com que ela pinta as nuvens é, infelizmente, muito diversa da minha. No mundo há pessoas incríveis, com uma capacidade quase sobre-humana de ver o lado belo e aprazível das coisas. Eu, porém, que mais não ouso ser do que uma amontoado de sucata humana, tenho uma percepção mais sensorial das coisas. Para mim, sentir é quase sinónimo de sofrer. Sei que ela não me entendeu… mas, nem eu me entendo!

Antes de garatujar este mal debitado desfio de palavras (que só com muita bondade pode ser apelidado de “texto”), estava a vaguear entre imagens de uma pessoa que nem sequer imagina que eu existo. Ninguém consegue imaginar a "energia" que uma foto dessa "divinal musa" consegue descarregar sobre mim. É difícil acreditar, tanto mais na circunstância de nada nos unir de forma objectiva, ela nem me conhecer, eu não a ver há mais de 30 anos e cada um de nós ter a sua vida organizada… bom, eu serei, no dizer de muitos, um caso patológico!  
Patológico ou não, sou inofensivo e carrego comigo coisas que não consigo ultrapassar, nem sequer esquecer. 

Fui visitar um lugar da Suíça, uma pequena localidade chamada Alvaneu (Alvaneu–Dorf), onde ela viveu, mas já não vive. Meine Gott… conheço tão bem aquela aldeia, sem nunca ter visitado a Suíça e, curiosamente, também não conheço mais ninguém na Suíça e muito menos que tenho vivido ali. Porém, aquele recôndito, pequeno e distante lugar fascina-me.


Fico por aqui, antes de começar a dizer asneiras…

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