sábado, 2 de maio de 2020

Um segredo que guardo e...


O Facebook recusa-me o direito de não me identificar. Ou seja, para aquela cáfila de merdas nojentos, uma chusma de vermes asquerosos que pastoreiam toda a badalhoquice, defendendo e exaltando tudo o que há de mais execrável na sociedade, eu tenho de colocar num perfil da Internet um nome e uma fotografia. Até posso inventar e falsificar dados (coisa facílima, mas o que me recuso a fazer – e se o fizesse já tinha Facebook), mas dizer que não quero identificar-me publicamente, isso é que não posso fazer. Portanto, o que importa é criar a personagem, não o conteúdo.

O que tem isto a ver com o meu último post?

Bastante! O suficiente para eu estar aqui a grafar este ridículo arrazoado.

Na verdade, eu creio que tenho problemas mentais. Julgo que, pelos padrões  que por aí vejo defendidos, eu caio dentro das balizas das pessoas com doenças mentais, quiçá, mesmo, seja um caso psiquiátrico grave.

Criei este blogue, há uns anos, para contar uma parte secreta da minha “história de vida”.
Aqui expus um segredo intímo que me atormenta e que nunca contei a ninguém. Curiosamente, tal como eu imaginava, “fui apedrejado” - insultaram-me, criticaram-me de forma grotesca e ofensiva, mimaram-me com os mais desdenhos adjectivos.   

[Hoje, já escrevi tanta coisa e ainda não disse merda nenhuma]

Bem!...
Eu queria criar “um Facebook” para contar esta minha história de vida, mas só o faria se fosse de forma anónima. Não posso!? Também não me atrevo a fazer isso de outra forma, claro.

SEGREDO é para manter secreto, só aqui o revelei (e talvez repita toda a narrativa!).

Em boa verdade, eu sou um paradoxo. Cavalheiro casado, bom pai de família, fiel como o cão de Guerra Junqueiro, incapaz de romper os compromissos assumidos, homem de uma só palavra e escravo de deveres e valores, de postura social grave e exigente, reivindicando sempre a verdade e os direitos… sou daqueles que assume toda a responsabilidade dos seus actos e, por muito que custe, se a culpa me onera, nem um só fonema saiu da minha boca em favor de me desagravar.

No entanto, vivo atormentado por um amor incondicional que me consome há quase 40 anos. Nada, nenhuma estratégia, nenhum facto, espaço ou tempo dissipa e cura.

Ora,  eu “estava em baixo" porque, depois de me agastar com a minha consorte,  passei no Facebook da minha “diva” (e como não tenho um perfil naquela rede social, fiquei à porta…). Quando me sinto abatido, quando algo corre mal, quando preciso de “uma luz”, quando necessito de força, ânimo ou coragem, procura-a. Ela nem sabe que eu existo. Nem lhe passa pela cabeça que há um demente que a invoca, como se fosse uma divindade, todos os dias, que quase todos os dias se deita a pensar nela e acorda com ela no pensamento (se os sonhos não lhe pouparam esse trabalho).

Enfim, uma parte secreta da minha vida que nem quase quarenta anos sem a ver, nem dois mil quilómetros de distância atenuam ou resolvem.

Continuará (talvez!)...


2 comentários:

  1. Olá
    Vim agradecer sua visita e elogio à minha Paraiba.


    Abraço!
    Gostei do que li, um amor platônico e incurável.? Faça valer um amor real!!

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Bem-haja e felicidades!