segunda-feira, 22 de junho de 2020

Tudo começou assim - o choque...

[Caro blog: assim começa a minha história...]

As histórias usam começar pelo chavão: “Era uma vez…”
Eu, como sou anormal, quase-demente, excêntrico q.b., mas senhor do meu nariz e, como estou a narrar factos e não a escrever uma peça literária, começo de forma distinta:




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No dia vinte e dois de Junho de mil novecentos e oitenta e --- (inícios dos anos oitenta), eram umas cinco horas da tarde dessa segunda-feira de Verão sufocante, este insano, então jovem adolescente, havia combinado encontrar-se com os colegas de turma.

A minha terra está acomodada junto a um rio, lendário e encantador, que aparece cartografado nos mapas deste rectângulo Luso. Era junto a esse rio, com a estival temperatura moderada pela humidade fluvial e resguardados na comodidade da sombra das árvores da avenida que estava marcado o nosso “ponto de encontro”.

Nesse dia atrasei-me incomensuravelmente.
Demorei-me a ajudar uma pessoa que necessitava do meu apoio e, para um encontro marcado para as duas horas da tarde, excepcionalmente, chegava com três horas de atraso.

Embora com a alma preenchida por ter ajudado quem necessitava de mim, entrei na avenida mais desconsolado do que satisfeito.
Ia, meio revoltado, a dizer com os meus botões: é sempre a mesma coisa… nunca me acontece nada de bom e só encontro pessoas para me ocuparem e maçar…

Nesse preciso momento encontro na minha frente, qual aparição celestial, uma figura ímpar, irrivalizável e inolvidável – uma miúda que me deixou completamente parado e sem reacção alguma, a não ser um arrepio que, como um choque eléctrico, percorreu todo meu corpo.

Devo ter ficado com uma cara de palerma, petrificado e sem esboçar um só gesto, como se o tempo e o mundo tivessem parado. A verdade é que eu senti algo de “físico”, muito além de um simples “ efeito emocional”.

Além de nunca ter acontecido (e jamais se repetiu) nada de semelhante na minha vida, foi uma sensação absurdamente estranha mas, julgava eu, fugaz e passageira.

Seguramente ela nem me viu. Contudo, esse momento ficou gravado a fogo no mais profundo do meu peito.

Ela prosseguiu o seu caminho com toda a normalidade. Eu, depois de recomposto do choque, lá fui ao encontro da turma.  


A história podia, e devia, ter terminado aqui, ou seja, nessa tarde de Junho do já longínquo ano 198x. Porém, feliz ou infelizmente (não tenho a certeza), não acabou.
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.../…





2 comentários:

  1. Gostei do 198x. Fica giro :)

    Esperando pela continuidade...

    Boa semana.

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  2. Sabe!?... Para mim o x não é apenas a incógnita. Eu uso-o muito como uma “pastilha elástica coloquial”… posso debitá-lo à vontade porque ele continua neutro e não diz nada.
    No fundo eu sinto-me um “xis”.
    Obrigado pela sua benévola vista e uma óptima semana



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