quinta-feira, 4 de junho de 2020

Se pudesse... evitava estes erros...

Companheiro blog:

Tenho estado ausente. 
Sabes!? A minha semana foi tortuosa. Na segunda-feira fiquei com dor de cabeça, olhos pesados, “falta de ar”, garganta irritada, etc.  
Pensei: lá vem o bicho que se escapou aos chineses.
Não disse nada a ninguém, a não ser às caixas o ibuprofeno e do paracetamol. Secretárias ajuramentadas, elas calaram-se e a coisa foi-se compondo.
Não era a dita cuja bicheza, nem podia ser, assim eu tenho sido diligente no açaime arreatado na tromba, pródigo na frequência e dose de desinfectante nas mãos, nada de partilhas, proximidades ou abusos e uma cautela imaculada com as distâncias e com os protocolos de descontaminação - sentenças que não ousei ferir, nem ao de leve, em tempo algum. 

Como vês, caro blog, hoje estou chato e obtuso. Mesmo assim vou retornar à questão do último Post: 

O que mudaria se pudesse regressar ao tempo da minha juventude e alterar o curso da minha vida?

A resposta é: quase tudo!

Sou a antítese daquilo que gostaria de ter sido. Sou o mais completo e ilustrativo exemplo de falência, ruína e colapso de “um projecto de vida humana”. 
Escandaliza-te, amigo blog, pois aqui ousarei dizer “cousas que de mor espanto não houveras visto, nem doutra guisa supor”. 
Vejamos cinco barbaridades fulcrais:

Primeiro - Deixava de estudar. 
Sim, abandonava a escola e não seguia um percurso académico. Aliás, se hoje fosse jovem faria o mesmo e, nenhum juiz ou autoridade de qualquer matiz inverteria tal decisão. 
Claro que isto inviabilizaria a minha profissão - matava dois coelhos com uma só cajadada. 

Segundo – Por nada e sob nenhum pretexto desistira da “divinal princesa” que encantou (ou enfeitiçou!) a minha existência. Fossem quais fossem as circunstâncias: de joelhos, rastejando, de pé, a cavalo, cantando, orando, sorrindo ou chorando… não cometeria os mesmos erros. Não deixaria que nada me impedisse de chegar até ela e fazer-lhe ver quanto ela é especial para mim.   
Claro que isso não significa que ela anuísse em alguma proximidade com este rude estafermo. O mais certo é que o repúdio fosse o desfecho. Contudo, eu conformava-me com a certeza de que não fui vítima cobarde dos meus erros mais primários. 
Hoje essa “divinal musa” é, ao mesmo tempo, mais etérea e mais terrena do que naquele tempo. Mais longe do que nunca e tão presente como sempre, sinto-a humana e frágil, mas muito superior a mim.   

Terceiro – não aceitava proximidade com algumas pessoas da minha esfera familiar (e amigos) e muito menos “caía nos seus esquemas”. Um dos meus grandes defeitos sempre foi confiar nas pessoas que me são próximas, seja amigos ou familiares, esperando deles aquilo que eles podem esperar de mim – honestidade, seriedade e lealdade. Seria incapaz de lhe fazer coisas que me fizeram. 

Quarto – recusava-me terminantemente a ocupar cargos e a pertencer a uma séria de organismo e instituições a que pertenci ao longo da vida. 

Quinto – teria aproveitado cada segundo do meu tempo de forma a “saborear a vida”, sem me preocupar com o futuro, com as consequências ou com as opiniões alheias. 
Esbanjei todas as hipóteses, desbaratei a minha vida, estraguei tudo, perdia a única oportunidade de “viver a vida” porque esta é a minha única e irrepetível existência.

Meu caro amigo blog, definitivamente fui um crápula para mim próprio.


Hoje fico por aqui… (mas talvez volte a este assunto!).

3 comentários:

  1. Com excepção do meu percurso académico, já somos dois crápulas.

    As melhoras.

    Boa noite :)

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  2. Tivemos "devaneios juvenis" iguais. Bem haja por lá passar e me recordar esse tempo. Adorei a definição de evolução. Muito obrigada!

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  3. Estou-lhe imensamente grato pela sua presença e por me fazer pensar que não sou tão anormal como às vezes me julgo ser.
    Saber que há uma pessoa que lê as minhas palermices e, além de não me condenar, até me compreende... é um privilégio a que não estava habituado.
    Obrigado e bem-haja!

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